Os primeiros minutos de "
The Challenger" são desarmantes: quem esperava que o famoso desastre da nave espacial Challenger em Janeiro de 1986 fosse o culminar de uma história sobre astronautas e heróis com um futuro hipotecado, rapidamente perceberá que a catástrofe nada mais é do que o ponto de partida para uma produção televisiva da BCC tão emocional quanto instrutiva. Baseada nas investigações da Comissão Presidencial sobre as causas do acidente, a narrativa foca-se na perspectiva do único "independente" do grupo, um homem sem interesses governamentais, militares ou empresariais que pudessem condicionar ou adulterar a evolução natural do processo. É ele o nobel Richard Feynman, físico brilhante - um dos que trabalhou no Projecto Manhattan - sem papas na língua e cuja integridade se manteve intocável durante todo o inquérito. Num papelão irrepreensível de William Hurt - desde "
The Village" que não o via tão destacado -, descobrimos a forma como Feynman resolveu o mistério e revelou, inesperadamente e em directo na televisão, que a NASA poderia ter evitado o desfecho dramático daquela missão espacial caso não tivesse arriscado jogar com uma variável - a da temperatura ambiente na altura do lançamento - cujos resultados eram desconhecidos. "
The Challenger" não é apenas uma boa história, é uma boa história bem contada. Porque a linha que separa o homem e a máquina é ténue e frágil e é bom ser relembrado disso de vez em quando.
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