Só em 2000, aquando do seu lançamento em território norte-americano, é que "
Drunken Master II" ganhou o título "
The Legend of Drunken Master", provavelmente uma estratégia de marketing para um público que desconhecia por completo a fita original de 1978, produzida em Hong Kong, então com um muito jovem Jackie Chan, naquela que acabaria por ser uma das primeiras incursões do actor num sub-género que o próprio fundou, o da Comédia Kung-Fu. Considerado um dos cem melhores filmes da história pela revista Time, o charme da obra realizada pelo lendário Chia-Liang Liu ("
A 36ª Câmara de Shaolin" e "
Sete Espadas") está longe de estar na sua narrativa pateta ou nos seus personagens estereotipados; tudo o que fica na retina e na memória são as magníficas sequências de acção - principalmente a final, de vinte minutos -, onde uma coordenação física soberba e uma meticulosa coreografia conseguem entreter e deliciar até aqueles que defendem que a violência no cinema é um crime. Porque aqui, ao contrário de Hollywood, a violência é inocente e o seu clímax ocorre exactamente nos bloopers que acompanham os créditos finais, onde vemos Jackie Chan a sangrar vezes sem conta e literalmente em chamas numa cena que acabou por lhe deixar queimaduras para a vida. Porque, com Jackie Chan, os efeitos especiais ficam à porta.
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