2009, algumas centenas de milhas ao largo da Costa da Somália. O Maersk Alabama, um porta-contentores norte-americano, é atacado por piratas somalis. Para salvar a sua tripulação - depois de ter feito asneira e fugido à rota planeada pelas operações da sua companhia -, o capitão Richard Phillips (Hanks) aceita ser feito refém pelo gangue de Muse (o estreante Barkhad Abdi) e resta-lhe agora esperar que apareça ajuda militar norte-americana que o tire das mãos de homens sem nada a perder. Realizado pelo ultra-realista Paul Greengrass, o grande debate que surgiu em torno de "
Capitão Phillips" foi exactamente a dúvida em torno da veracidade de todo o heroísmo narrado no livro que deu origem a esta adaptação, aparecendo vários tripulantes sobreviventes a afirmar que Phillips teria sido muito mais o vilão do que o herói de toda esta operação. À parte da possível farsa montada em torno do verdadeiro Phillips, não deixa de ser verdade que Greengrass constrói uma espectacular sensação de suspense, estimulada por uma atenção minuciosa à forma como a manobra militar decorre, ao desenvolvimento identitário sustentado dos vilões somalis (o sonho americano
vs o sonho somali) e, claro, a duas interpretações assombrosas de Hanks e Abdi, este último justamente nomeado aos Óscares. Um duelo diferente e emocionalmente complexo entre dois capitães de universos diferentes.
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