Festim documental para cinéfilos de todos os géneros e feitios, "
Electric Boogaloo: The Wild, Untold Story of Cannon Films" conta-nos a história não-oficial da lendária produtora
trash de Hollywood fundada por dois primos israelitas tão geniais e loucos na forma completamente
out of the box com que quebraram o modelo de negócio cinematográfico imposto em todo o mundo - para o bem e para o mal, Menahem Golan e Yoram Globus financiavam os seus filmes vendendo-os antes sequer de estes terem arrancado com as filmagens - como dementes no seu gosto artístico e cuidado técnico, ajudando assim a contribuir para algumas das mais exóticas e visualmente javardas, indecentes e trapalhonas obras da história da sétima Arte. "
O que fazer com 30 milhões? Não sei, provavelmente 30 filmes", afirma um deles a certa altura. E foi exactamente quando este conceito comercial deu lugar à ganância e à ânsia pelos holofotes - sequelas de blockbusters e outras aventuras em que os seus protagonistas recebiam milhões de dólares nunca antes vistos -, que a Cannon Films caiu num poço sem fundo, provocando inclusivamente a rotura e afastamento de uma das duplas mais conhecidas de Hollywood nos anos oitenta. De entrevistas com estrelas como Bo Derek, Dolph Lundgren ou Franco Nero, a antestreias VIP em parques de estacionamento inclinados, o documentário do australiano Mark Hartley merece ser descoberto por qualquer um que tenha um fraquinho pelo cinema de série B a Z, por heróis de acção como Chuck Norris, Van Damme ou Charles Bronson. Melhor que tudo, tem ainda a honestidade de abrir portas e janelas ao documentário oficial de Golan e Globus que, na boa tradição da velhinha Cannon, começou a ser feito muito depois mas conseguiu estrear três meses antes deste Electric Boogaloo.
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