quinta-feira, março 31, 2016

The Double (2013)

Um (dois?) papelaço(s) de Jesse Eisenberg, um universo distópico singular, uma cinematografia tremendamente interessante na sua escuridão, uma abordagem filosófica ao conceito complexo da identidade, uma visão sociopática e patológica da sociedade e do existencialismo humano mas, feitas as contas, uma tremida exploração e adaptação ao cinema de uma das primeiras obras do russo Fyodor Dostoevsky. Fica para a história um ensaio arriscado do londrino Richard Ayoade ("Submarine"), que triunfa a nível estético mas que a todos os restantes níveis, salvo raros momentos e rasgos, parece pecar sempre por defeito, pela mera sugestão e nunca a sua finalização. O ser real e o ser desejado numa atmosfera idioscópica, sob um trabalho técnico irrepreensível - Ayoade não teme nem evita a presença conjunta de Einsenberg ao quadrado na tela - que apenas serve para disfarçar tudo o resto; porque o que o sobra em psicanálise, falta-lhe em cinema.

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