"
Achas que vai ser giro?", perguntou-me a minha mulher segundos após o fim dos trailers, enquanto um tipo que não tomava banho há quatro semanas derramava um balde inteiro de pipocas. "
Claro que sim, tem o Tom Cruise", respondi eu. Pode soar um bocadinho gay, mas disse alguma mentira? Nas mãos habilidosas - atenção que não disse talentosas - do tarefeiro Doug Liman, eis mais uma história verídica relacionada com o cartel de Medellín e o agora tão em voga Pablo Escobar que fascina pela sua excentricidade. Cinematograficamente, tudo certinho, tudo de acordo com a fórmula de quem sabe o que é suficiente para conquistar o público e não irritar a crítica por aí além, sem brilho nem grandes riscos, numa perspectiva de vilão-herói que merecia, no mínimo, deixar o voto de consciência para o espectador e não, como foi feito, a construção de uma figura meramente vítima de uma série de circunstâncias que nunca lhe deixaram outra hipótese que não a tomada. Nada que importe muito porque, e voltando ao início, "
com o Tom é sempre giro".
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