Ponto prévio: não defendo, como a maioria aquando do anúncio desta sequela, que há certos filmes que deviam ser deixados em paz para o que resta da eternidade. As razões são várias e alimentariam uma longa discussão - uma que provavelmente não levaria a lado nenhum - pelo que vou fugir a sete pés da análise por esse prisma. Ora bem, dito isto, "
Blade Runner 2049" resulta, como diria o saudoso Gabriel Alves, num misto técnico-táctico que, entre bonitos passes em profundidade - o que faz de nós humanos - que acabam sem uma recepção de bola apropriada - o desenrolar demasiado longo da história e os respectivos ganchos incapazes de levantar os adeptos na bancada -, mostra um plantel de equipamento vistoso na onda daquela mítica camisola holandesa do Europeu de 1988 - todo o universo trabalhado por Denis Villeneuve e Roger Deakins é visualmente arrebatador -, muito bem assente nas figuras de Gullit (Ford) e Van Basten (Gosling), mas sem a dinâmica, a imprevisibilidade e o factor surpresa da laranja mecânica de Rinus Michels. Suficiente para ganhar fácil, mas sem direito a glória eterna. Porque o futebol, e o cinema, já não são o que eram.
1 comentário:
Ana de Armas deixa na retina um perfume a futebol, já jared leto foi apanhado novamente em fora de jogo...
Blade Runner é um Remate rasteiro a meia altura por cima da barra!!!
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