Gay Talese, um ícone do jornalismo do século XX, um autor literário de reputação ímpar - ainda que parcialmente obtida através de uma mão cheia de polémicas, como quando atravessou os Estados Unidos da América numa roadtrip sexual de modo a obter material para um dos seus livros - e currículo de excelência em algumas das mais conceituadas publicações norte-americanas. Gerald Foos, um voyeur que durante décadas partilhou com Talese histórias de como espiava os clientes do seu motel através de caminhos construídos no topo dos quartos. "
Voyeur", um documentário da Netflix que narra a história desta longa relação entre Talese e Foos e acompanha o processo de publicação do livro que finalmente revelaria ao mundo o taradão que não teve a sorte de viver numa época onde a pornografia encontra-se sem grande esforço na internet. Mas será Foos um mero lunático à procura de atenção? Porque não batem certo tantas das histórias que conta - de um suposto assassinato a uma série de datas erradas nos seus diários? Qual o impacto deste tirar de máscara? Muitas perguntas, algumas respostas, num produto que, no meio de tanta curva e contra-curva à luz de revelações inesperadas, acaba por não saber bem por onde seguir ou a que conclusão chegar.
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