domingo, janeiro 14, 2018

Cobra (1986)

Cinco minutos de filme e estamos apresentados: "Go ahead, I don't shop here" exclama Cobretti depois de um sequestrador ameaçar rebentar com um supermercado. A primeira de muitas one-liners que dão algum sal e pimenta a um exploitation cop movie com pouca substância e que envelheceu muito mal, ao contrário de outros shoot-em-ups de Stallone. George P. Cosmatos - que havia trabalhado com Sly na primeira sequela de "Rambo" - ainda orquestra alguns planos e jogos de sombras de relativo interesse, mas nada consegue salvar um guião escrito em cima do joelho pelo próprio Stallone, demasiado focado no estilo da sua personagem - o palito, as luvas, os óculos de sol e o casaco que nunca tira, mesmo quando está em casa a enfardar pizza - e nunca em tudo o resto. E, culpa disso, sobrou um vilão bimbo, movido por uma razão ainda mais pateta, sem uma única morte para mais tarde recordar. Vou só ali pegar no "Dirty Harry" e já volto.

2 comentários:

Emanuel Neto disse...

Um tipo que leva com um gancho de ferro nos costados e é atirado para um forno industrial é sem dúvida uma morte "para mais tarde recordar"!
Não é verdade que Cobra nunca tira o casaco. Há várias cenas, principalmente no tiroteio final, em que ele não tem o casaco vestido.
O guião atabalhoado deve-se muito ao facto deste filme ter originalmente mais de 120 minutos de projeção mas o estúdio decidiu cortar muitas cenas e a versão final ficou em cerca de 85 minutos.

Carlos M. Reis disse...

Caríssimo, não podemos estar sempre de acordo ;) A morte "final" foi tão mal executada, de forma tão previsível e pirosa, que só a ideia, no papel, merece destaque, na minha opinião.

A parte do casaco, palito etc, estava obviamente a exagerar, baseado principalmente na cena dentro de casa, a comer pizza.

O atabalhoamento, concordamos então. Justificado ou não, o que fica para a história é o produto final que chega até nós ;)

Um abraço Emanuel!

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