Tudo começa com "
USS Callister", uma ode a uma geração televisiva de ficção científica adaptada a um futuro tecnológico tão fantasioso quanto cativante. Um arranque promissor, onde uma pobre vítima transforma-se num temível vilão e todo um elenco brilha com personagens riquíssimas em backgrounds deliciosos. Depois veio "
Arkangel", o tal muito antecipado por ser realizado pela Jodie Foster. Fraco, fraquinho, sem rasgos, sem fim, sem alma. Mau Maria - ou, melhor, mau Jodie. Arrancamos logo para o seguinte, qual necessidade de recompensar este café aguado, sem sabor. "
Crocodile"; incoerente em várias decisões, previsível no segundo acto mas, ainda assim, todo um conceito e reviravolta final com o aroma a grãos torrados de "
Black Mirror". Depois veio o "
San Junipero" desta temporada, "
Hang the DJ", mas em mau. Não me levem a mal, tudo muito bonito num mood risonho, mas o palco deveria ter sido um futuro distópico e não uma dimensão virtual. Ups, spoiler. Paciência. E eu a ficar sem paciência, por esta altura. O que é feito do brilhantismo consistente do passado? Seguiu-se "
Metalhead", uma curta-metragem universitária que ganhou um concurso para entrar na série idealizada por Charlie Brooker. É mentira, claro, mas parece verdade. Tensão q.b. mas tudo o resto muito metálico, muito sem cor. Literalmente. M*rda, que foste tu fazer a isto, Netflix? Vamos ao último, "
Black Museum". E, maravilha das maravilhas, qual café irlandês acompanhado de um bom whisky - e não uísque -, faço as pazes com a televisão. Três histórias, três conceitos, três mini-episódios encaixados na perfeição num finale irrepreensível, ao nível do melhor que a série já fez. Uma homenagem fechada em si mesma com uma dupla de excelência num frente-a-frente improvável. Tudo somado... não fiquemos por aqui.
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