Considerado por muitos - até pelo próprio na célebre entrevista com Truffaut - como um Hitchcock menor, "
Chamada para a Morte" é um dos meus favoritos do mestre britânico do suspense. Baseado e montado em torno de uma peça de teatro, a sua cinematografia brilhante e um elenco de excelência liderado pelo galês Ray Milland orquestram uma narrativa de um primor e ritmo ímpar, onde os diálogos - e os planos - fluem de forma desafogada e harmoniosa mesmo estando toda a acção constrangida maioritariamente a uma só sala - daí também a sensação de claustrofobia que catalisa os motivos obscuros de um casal em paz podre e todas as inesperadas pequenas reviravoltas que um plano (quase) perfeito acaba por compelir. Poderia facilmente ter sido uma peça filmada nas mãos de tantos, mas com Hitch tornou-se uma experiência cinemática inesquecível. Uma despachada em pouco mais de um mês, apenas para terminar contrato com a Warner Bros e ficar finalmente livre para a Paramount. Parece fácil.
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