Realização fenomenal de Mike Flanagan, cinematografia exuberante de Michael Fimognari - eles que já tinham trabalhado juntos na muito interessante jornada psicológica de "
Gerald's Game" - e um elenco de excepção, sem figura de proa a liderar nem pescador no convés a atrapalhar. Um drama familiar claramente exposto a um contexto de terror psicológico - e não só -, onde cada elemento vive e sobrevive da maneira que consegue aos traumas de uma infância temível. Perfeita articulação entre o presente e o passado em cada episódio, subvertendo de forma admirável os clichés do género "casa assombrada" e tornando toda a narrativa num estudo aprofundado sobre o medo e tudo aquilo que nos caracteriza enquanto seres humanos, no singular e no colectivo. Por mais frustrante que possa por vezes ser, Flanagan não oferece respostas fáceis e rápidas a cada um dos actos/comportamentos das personagens; e isso é o que torna "
The Haunting of Hill House" numa das mais competentes séries do último ano. Aquele maravilhoso sexto episódio, como que filmado num único take (apenas ilusão, na verdade), um exemplo óbvio da qualidade e irreverência de Flanagan.
Sem comentários:
Enviar um comentário