Quando o livro de Ray Bradbury foi lançado em meados do século passado, o impacto foi imediato: um manifesto contra a censura e as inquisições numa altura em que McCarthy começava a dominar os EUA. O tempo passou e a mensagem da obra evoluiu: uma mostra de como a televisão iria matar o nosso interesse pela literatura, imbecilizando as pessoas - "
It is about people being turned into morons by TV", nas palavras do autor, entretanto falecido. Expectativas demasiado altas portanto para uma adaptação cinematográfica que prefere optar pela força da acção em cena em vez de explorar o impacto e a profundidade da mensagem. Ramin Bahrani - quem?!?... exacto! - toma sempre o passo mais fácil, em direcção ao blockbuster genérico, em torno do habitual arco do herói e do vilão, sem riscos nem grande alma. O coração está lá, a espaços, mas tudo o resto ficou na prateleira.
Sem comentários:
Enviar um comentário