Vamos imaginar o seguinte cenário: cem tipos, sem qualquer ligação, são colocados um a um, separadamente, numa sala de cinema para ver uma curta-metragem realizada por um tipo misterioso, que ninguém sabe quem é, sobre um macaco que fala suspeito de assassinar o amante da sua apaixonada, que é uma galinha. A principal testemunha é um orangotango. O macaco canta e dança. O detective entrevista-o numa longa conversa sem qualquer tipo de interesse. A pós-produção é tão fraquinha que vê-se claramente a boca (e os dentes) de um humano na cara do macaco. Acaba a experiência e todos dizem: "
Mas que merda foi esta? Ao menos vão pagar-me alguma coisa pelo tempo perdido? Por esta curta cheia de nada?"; ao que o responsável responde: "
É a mais recente curta-metragem do David Lynch". "
Ah, tomem lá então cinco euros e muito obrigado pela oportunidade. Foi maravilhoso". E assim vamos nós, seguindo a máxima de Tolstoi que em arte tudo está naquele nada.
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