"
A Mãe é que Sabe" revela-se uma espécie rara de filme dentro do panorama nacional: um sci-fi intimista e familiar em torno do efeito borboleta, um mundo repleto de "
what ifs" em constante mutação, do peso das nossas (in)decisões, dos segundos que definem uma vida, da procura patética pelo perfeito que não existe. Acolhedor e desconcertante na sua simplicidade, esta primeira longa-metragem do promissor realizador português Nuno Rocha - algumas das suas curtas-metragens de início de carreira estão disponíveis online, com especial destaque para "
Vicky and Sam" - é uma belíssima ceia em bom português, com tudo o que nos distingue e caracteriza em personagens tão díspares como o labrego do primo Fernando ou o patriarca Adelino, ferrenho adepto da bola que não sabe falar de mais nada à mesa que não do seu Belenenses. Elenco seguríssimo, realização virtuosa que permite aos malabarismos interdimensionais brilhar sem chocar ou ridicularizar a narrativa e uma série de mensagens - ou serão lições de vida? - que enchem o coração ao mesmo tempo que nos esvaziam a alma. Aceitemos o nosso passado, por mais imperfeito que seja, para aproveitar ao máximo o presente e o futuro.
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