A história verídica que dá vida a "
Um Dia de Cão" acaba por se tornar o elemento chave que potencia quase todo o interesse em torno de "
Um Dia de Cão", bem como o factor que limita - e muito - a narrativa a um arco que, para se manter a par da história, não tinha outra escapatória possível. Al Pacino no seu auge - tinha acabado de filmar a sequela de "O Padrinho" -, numa personagem num estado de ansiedade quase histérico que encarna de modo irrepreensível. Sidney Lumet nos comandos daquele que se viria a tornar o filme exemplo para todos os assaltos que correm mal, um retrato envolvente de uma sociedade à beira do colapso - "
Attica, Attica" gritvam as pessoas na rua, como que a relembrar a rebelião prisional que anos antes tirou a vida a trinta e nove pessoas em Nova Iorque -, de uma cidade tão complexa quanto sufocante. Um golpe como celebração da contracultura, que apenas peca por um final insonso e anticlimático, claramente circunscrito pela realidade.
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