Não é fácil criar a dinâmica narrativa - por mais exagerada e disparatada que muitas vezes demonstre ser sem qualquer vergonha nisso - que "
La Casa de Papel" criou, uma espécie de contrato com os espectadores que raramente os desilude, mesmo quando pouco ou nada avança em concreto na história de fundo, o assalto megalómano (mais um) ao Banco de Espanha. As personagens entranham-se em nós, repletas de debilidades e fraquezas que as humanizam, afastando-as daquele espectro de invencibilidade tão típico dos heróis que, verdade seja dita, aqui não o deveriam ser. A articulação com o passado continua a funcionar bem, não só contextualizando quase toda a acção como permitindo a personagens entretanto desaparecidas em combate - com especial destaque para Berlin - a oportunidade de continuarem bem perto do público. Palermo, Marselha, Bogotá e principalmente a inspectora Alicia Sierra - a polémica Najwa Nimri - revelam-se adições de luxo numa série de enorme sucesso e, por isso, sem fim à vista.
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