quinta-feira, agosto 27, 2020

Glass (2019)

Sempre fui fã confesso de Shyamalan. Mais de "Unbreakable" do que de "Split", que ainda assim me convenceu, nem que fosse pela irreverência multifacetada de James McAvoy. E, por isso mesmo, vê-lo banalizar - até me arrisco a usar a expressão MARVELizar - o seu próprio trabalho num produto de super-heróis de execução segura e certinha, sem alma nem chama, sem sombras nem fantasmas, sem capacidade de explorar o potencial quase ilimitado de personagens outrora complexas, agora trivializadas em rasgos de parábolas simples, que prometem muito mas cumprem pouco - a própria ideia de um finale em apoteose na inauguração de um edifício não passa disso, uma ideia por concretizar -, todo um conceito e universo que Shyamalan não só não deixa ver mais que a superfície, como arrasa propositadamente qualquer regresso a ele. O talento está lá, a vontade nem por isso.

Sem comentários:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...