Uma personagem peculiar num filme peculiar, com um turbilhão de sentimentos opostos constantemente em colisão, muitas vezes até dentro da mesma cena. Um polícia em luto pela morte da mãe ao mesmo tempo que lida com um divórcio complicado - ex-mulher drogada, saída de casa e uma filha pequena pelo meio -, um papelão de Jim Cummings, aqui também realizador, sempre naquela linha ténue que separa a loucura da genialidade, a vergonha alheia da pena e compaixão. Não vão encontrar aqui um tratamento vulgar para os lugares comuns de um homem em burnout psicológico e, acaba mesmo por ser nessa sua excentricidade que reside o encanto desta curta (2016) que virou longa (2018). A cena inicial no velório dá esse pontapé de saída de forma fenomenal, deixando-nos naquela inquitação constante entre o drama e a comédia, entre o herói e vilão, entre o tresloucado e o coitadinho. Uma certeza fica: Jim Cummings é para seguir com muita atenção nos próximos anos.
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