Primeira nota: Daniel Écija, criador desta série estreada na televisão espanhola (Antena 3) em Janeiro de 2020 - e lançada uns meses depois a nível internacional na Netflix - deve ser bruxo. Estamos em 2045, numa Espanha transfigurada a todos os níveis - incluindo na bandeira e no nome, a Nova Espanha - devido a um vírus respiratório tramado que dizimou o planeta, obrigando a fortes medidas de contingência social que acabaram por promover a subida da extrema-direita ao poder. Uma grande muralha divide agora o sector 1 - dos mais ricos e privilegiados (membros do governo e amigos), com eletricidade, água e comida - do sector 2 em Madrid, onde o resto da população sobrevive à lei da bala de forças policiais sem regras nem escrúpulos. Escassez de recursos naturais, pandemias sem fim, contornos ditatoriais, está cá tudo, até enormes buracos lógicos na narrativa, quase sempre suportada numa panóplia de coincidências e actos descabidos das personagens, que perdoamos mas não ignoramos. Papelaços de Abel Folk e Ángela Molina numa ficção que cada vez parece menos ficção. Porra.
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