No meio dos seus defeitos e das suas contradições, o que fica de "
Não Dês Bronca" para qualquer um que o veja - esqueçam as cores e as origens - é o seu apelo à empatia. Não é preciso perdoar as motivações de cada personagem, mas compreendê-las. Porque o sentimento de revolta nem sempre nasce de um homem revoltado, porque a sociedade não reflecte apenas distúrbios raciais mas todas as suas dinâmicas trágicas. Tão realista quanto simbólico, tão alegre quanto bárbaro, tudo sobre o manto criativo original de Spike Lee. Controverso - muitos acharam-no um apelo à violência racial -, tão pertinente e actual agora como em 1989 - Radio Raheem podia muito bem ser George Floyd -, um objecto que ressente-se, mais do que se revolta, com as ideias enraizadas sobre raças nos Estados Unidos da América.
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