Um filme de Hal Ashby que, como o seu fenomenal "
Being There", confia de forma destemida na sua audiência. Esse voto de confiança é dado logo à partida numa cena absolutamente memorável em que o jovem Harold decide "pendurar" a sua vida ao som de Cat Stevens, abraçando a morte ao mesmo tempo que a sua mãe assiste e ignora por completo a mais uma "parvoíce" infantil do filho. Era, afinal, apenas mais uma das inúmeras tentativas de suicídio de Harold, tão desejoso e obcecado com a morte - assistir a funerais aleatórios era o seu único hobbie - como impossibilitado por alguma ironia suprema de a concretizar. Até que conhece Maude, uma velhota que ama (e vive) a vida no limite - que o diga o polícia de mota que a tenta deter -, o seu total oposto em quase tudo. Humor negro, relação de intimidade tão polémica quanto deliciosa, um verdadeiro compêndio de mensagens subliminares sobre a existência humana: porque não viver a vida é um destino bem pior que a morte em si.
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