terça-feira, maio 18, 2021

Peeping Tom (1960)

Filme extremamente controverso aquando da sua estreia, "Peeping Tom" foi arrasado pela crítica, que arrumou a carreira do britânico Michael Powell na gaveta daí em diante. A caneta foi mesmo mais poderosa do que a espada no tripé de Karlheinz Böhm - que não me convenceu na pele do protagonista freudiano que tenta sobreviver aos seus demónios e que, a certa altura da sua vida, ganhou sotaque alemão, já que a criança que aparece em recordações em fita não o tinha -, numa história que com o avançar dos tempos perdeu o choque e o impacto da sua mensagem mas que, como que por ironia, ganhou o respeito do público e da crítica. Não há aqui nada sórdido ou gráfico, apenas um thriller psicológico cujo vilão é identificado logo à partida e cujo único mistério revolve em torno das razões e do destino que será dado a tão peculiar personagem. No meio das suas cores híper saturadas, não aquece nem arrefece. Comparações com Hitchcock? Poupem-me.

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