Algures entre o clássico de Antonioni de título quase homónimo - aqui com som em vez de fotografias - e a paranóia de Coppola em "
The Conversation", "
Blow Out" é, tecnicamente, um dos exemplos mais completos e perfeitos do virtuosismo ímpar enquanto realizador de Brian de Palma. A forma fluida como a história se desenvolve, de como seguimos as personagens no meio do caos naqueles momentos finais, de como tudo se enquadra de forma magistral nos planos pensados ao pormenor, cena após cena, fazem deste flop de box-office que praticamente destruiu a carreira de Travolta enquanto actor dramático durante mais de uma década - até Tarantino, fã confesso e devoto deste "
Blow Out" o reavivar em "
Pulp Fiction" - uma obra obrigatória na filmografia do cineasta hitchockiano. Mesmo que Nancy Allen, Lithgow e Travolta cumpram sem nunca deslumbrar e que a história não seja mais do que uma revisitação habitual aos encobrimentos e conspirações políticas norte-americanas. Estilo e ritmo constante até ao grito perfeito. O que veio directamente da alma e nasceu verdadeiramente do medo.
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