Prólogo com momento de máscaras à "
Missão: Impossível", muitos anos antes de sequer alguém imaginar que um dia teria essa designação imediata sempre que acontece em tela. A primeira vez com sequência que se tornaria de assinatura de créditos iniciais, bem como com muitos dos temas de John Barry que ressonaram sempre daí em diante com a personagem mais famosa de Ian Fleming. SPECTRE de volta, vilões com números ímpares, testes exigentes para saber a preparação física de um agente malvado - abdominais de ferro que aguentem pancadaria com soqueira da chefe -, o café "
medium sweet" - não é só o Martini que é "
shaken, not stirred" -, um periscópio para o interior da embaixada russa na Turquia, a eterna Tatiana Romanova a "
dar um gostinho ao lobo, para o deixar esfomeado por mais", as palmadinhas no rabo ou as chapadonas na face. Felizes e saudosos anos sessenta em que ninguém se ofendia com nada. Um dos capítulos mais icónicos e respeitados da saga, com interpretações e personagens equilibradas que não se deixam levar pelo lado mais fantasioso e divertido do universo Bond, localizações exóticas - da Turquia a Veneza, sem esquecer o famoso Expresso do Oriente -, uma amizade rara e verdadeira fora da agência para 007 - com Kerim Bey - e um complexo triângulo de espionagem que agarra e convence. Nem tudo funcionou - a cena no acampamento cigano é demasiado longa e gratuita, o final com a mão de Bond a acenar adeus é medonho, a perseguição de helicópteros merecia uns tiros de rajada e a nossa Bond Girl (antiga Miss Itália), por mais gira e sensual que seja, não deve muito à inteligência -, mas é aqui, talvez até mais do que em "
Dr. No", que nasce toda uma mitologia cinéfila.
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