Futuro distópico e bizarro numa espécie de comédia negra metafórica Orwelliana em torno do peso dos relacionamentos e da pressão individual e da sociedade para vivermos de acordo com as suas regras e expectativas, mesmo quando se tratam de grupos e comunidades minoritárias supostamente independentes e marginais ao próprio sistema - a segunda metade do filme do grego Yorgos Lanthimos. Sátira que primeiro se estranha, depois se entranha, ainda que no meio do seu gongorismo muitas sejam as metáforas que soam a fanfarronice estilística pura. Lanthimos não quer saber se exagera ou não - até porque o exagero e o ridículo fazem parte da própria definição de sátira -, agarrando-se a uma cinematografia e sonoplastia de outro campeonato que, como diria o ditado, não é para quem quer, é para quem sabe. Se fosse um episódio de "
Black Mirror" seria considerado meio pateta, mas vindo de quem vem - e com quem tem, de Weisz e Seydoux a um Farrell barrigudo - passa bem por obra-prima.
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