Filme biográfico ficcionado sobre Yukio Mishima, um dos escritores japoneses mais polémicos e controversos do século XX. Confesso que não conhecia a história de Mishima - e muito menos as suas obras mais celebradas, que servem aqui de base a três dos quatro actos representados -, e já desconfiava que Paul Schrader não seria certamente o tipo de realizador mais adequado para se preocupar com ignorantes como eu - muito pouca exposição e quase nenhum contexto. Por isso, entre todos os trunfos técnicos inegáveis - dos cenários coloridos à banda sonora da autoria de Philip Glass - do filme produzido por Coppola e Lucas que curiosamente nunca teve direito a estreia em sala ou em home video no Japão devido à faceta política e homossexual associada a Mishima, acaba por ficar a clara sensação de uma obra mais preocupada consigo própria do que com o espectador, um mero exercício artístico que nunca nos agarra - a nós, leigos em Mishima e cultura japonesa - emocionalmente no meio de tanto teatro literário. Bocejo atrás de bocejo até ao seppuku final.
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