Regra número um do cinema de acção: nunca amarrotar o chapéu preferido do Chuck Norris, ainda para mais em Hong Kong, uma selva dura e perigosa, uma chapada na cara que nos faz sentir bem, uma selva de jade e néon que vive segundo uma só lei: fazer dinheiro rápido. Estou a citar a personagem de Norris, cobrador penteadinho de um agiota dono de um casino, motorista, conselheiro, guarda-costas e narrador espirituoso. Um Norris que brinca com bonecas da Miss Piggy, que tem cicatrizes de uma forquilha nas nádegas e que vive num barco com a belíssima Mary Louise Weller, uma actriz que infelizmente desapareceu do radar nos meados dos anos oitenta. Bom arranque com o triângulo relacional entre Norris e o pai/filho donos do Lucky Dragon, que rapidamente se esvai com a morte precoce destes. Depois é um "whodunnit" conspiracional com polegares tramados em zonas específicas dos braços, mulheres a levar estaladas, bordéis, sanitas a serem usadas como armas de arremesso, conversas de amigos a gabarem-se de andarem com miúdas de dezassete anos e um vilão igualzinho ao Rocha do "
Duarte e Companhia". Que não é o vilão master, porque esse descobrimos mais tarde que é um velhote numa cadeira de rodas que gosta de ver desenhos animados na TV. Como não amar os anos oitenta.
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