Um terço Ari Gold, um terço Patrick Bateman, um terço Jim Carrey - o lunático da vida real -, a personagem do realizador/actor/guionista/produtor Jim Cummings é um agente de Hollywood com manias e fantasias de grandeza. Recebe um envelope misterioso no correio e entra numa espiral Eyes Wide Shutiana que atira toda a narrativa para um imbróglio que nunca sabe bem se quer ser sátira à indústria e aos sindicatos, comédia negra tecnológica, thriller erótico ou whodunnit policial. Muitas ideias interessantes meramente afloradas no meio de tanta vontade e uma interpretação demasiado over the top - de um actor que normalmente vive bem nesse registo - para o tipo de personagem que foi moldado desde início, um idiota falso e arrogante por quem o espectador não consegue sentir a mínima empatia e, consequentemente, preocupação pelo que lhe vai acontecendo. Sentem-se vários rasgos de genialidade aqui e ali, mas faltou talento para os unir num todo coeso e eficaz. Para memória futura: "
não estou a insultar-te; estou a descrever-te".
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