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Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho. Pesa-me um como a possibilidade de tudo, o outro como a realidade do nada". E nada como citar o Livro do Desassossego de Fernando Pessoa para mostrar o desassossego que é descobrir estes delírios espaciotemporais do Miguel Ferreira para o Nalgas Film Club. Uma mão-cheia de boas ideias que chegam do futuro - as religiões que desaparecem quando a ciência descobre o gene que regula o medo, as leis de um cientista chamado Blinovitch numa homenagem engraçada a "Dr. Who", os OVNIs que são viajantes interestelares de uma galáxia distante que param no nosso planeta para atestar os seus motores de dióxido de carbono, etc - enfiadas num romance meio amorfo sem o charme e a química de "
Safety Not Guaranteed" nem a componente pesada de sci-fi de "
Twelve Monkeys", usando dois filmes tematicamente similares como comparação. Sensibilidade indie, dúvida interessante bem aguentada até ao final sobre a "veracidade" das viagens no tempo e a Marisa Tomei de rabo de cavalo. Chega e sobra, seja em 1999 ou em 2470.
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