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Ou seremos bombardeados pelos estrangeiros ou mortos pelos talibãs". Esta é talvez a afirmação que marca esta curta documental nomeada à próxima edição dos Óscares, naquela que parece-me ser, e não querendo de todo ser desrespeitoso, uma jogada muito mais política da Academia do que propriamente uma escolha por mérito técnico ou narrativo da obra. Isto porque a história de Shaista, um jovem afegão apaixonado sem quaisquer perspectivas de futuro, não tem qualquer tipo de arco ousado ou inesperado que cative a atenção do espectador, resignando-se tanto Shaista como o espectador ao passar do tempo, assistindo a rituais - as canções do jovem para a sua mulher ou as conversas com o pai conservador - que não levam a lado nenhum. Um retrato de rotinas e do quotidiano de um pobre afegão que só surpreenderá os mais distraídos. Vinte minutos a sentir compaixão e tristeza pela total impotência de alguém cujo único pecado foi nascer no sítio e no tempo errado, mas tudo o resto é de uma trivialidade sem chama.
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