Que saudades que eu não tinha do sul-africano Richard Stanley e dos seus devaneios mitológicos tão abstractos quanto esteticamente idiossincráticos. Depois da distopia cyberpunk e do western africano profundo de início dos anos noventa, Stanley regressa com a adaptação visualmente deslumbrante - mas narrativamente caótica - de uma história centenária do ícone da literatura de terror e ficção científica H.P. Lovecraft. Nada contra a fórmula do "
estilo sobre a substância", mas a verdade é que entre o Nicolas Cage à "
Beijo do Vampiro", as alpacas em Sintra, as críaturas mutantes, os rituais ocultos, as luzes psicadélicas e o "
Deus lá sabe o que se passa aqui", "
A Cor Que Caiu do Espaço" vai-se espalhando ao comprido com o desenrolar dos minutos. Talvez Stanley tenha sido mesmo a escolha perfeita para dar vida ao inexplicável, numa obra que, mérito seja dado, parece ter tido um orçamento infinitamente superior ao que realmente teve.
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