Gosto muito de ti Edgar, mas voltemos aos tempos dos Cornettos, se faz favor. Todo sofisticadinho e tecnicamente aperaltado, mas ninguém quer saber de uma história sobrenatural como esta se não houver dedicação total a um género específico. Não é bem romance, não é bem terror e comédia não foi certamente. Foi um pouco de tudo e um pouco de nada, uma espécie de mistério que adorou pavonear-se aos espelhos para esconder todas as fragilidades que tinha nas costas. Não basta querer para ser de Palma ou Argento; é preciso ousar dar o próximo passo: apimentar o que ficou pelo certinho, aprofundar novas dimensões de uma protagonista quase plana, chocar também através do poder da caneta e não só do lápis de cor. Cinematografia impecável nas transições de época, mas caramba, alguém sentiu mesmo algum desconforto, o mais pequeno desconforto, com alguma das cenas sombrias e supostamente assustadoras? E aquela exposição toda sobre a personagem do Terence Stamp quando já todos tinhamos percebido quem era? Bom Giallozinho para totós, acompanhado como era expectável por uma banda-sonora à maneira, ou não fosse essa uma das especialidades da casa Wrightiana.
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