Prime Wes Craven. Talvez um dos mais eficazes e visualmente competentes filmes de terror dos anos oitenta - tantas são as cenas que entraram para o imaginário eterno do cinema, das garras de Krueger na banheira à liquidificação explosiva do estreante Johnny Depp -, numa obra que explora os sonhos/pesadelos numa perspectiva tão ousada e sumarenta que não poderia ter resultado noutra coisa que não numa saga carregada de sequelas e crossovers. A originalidade e o mérito artístico raramente voltaram a prosperar após este capítulo inaugural - talvez apenas o "
Dream Warriors" e o "
New Nightmare" mereçam um voto de confiança nesse sentido - e acaba por ser essa mesma necessidade de deixar a carteira em aberto que resulta num final contraditório: os comportamentos humanos demasiado surreais do pai e do namorado incapaz de se aguentar dez minutos acordado sempre que é preciso e o desleixo total no tratamento do tempo dentro da narrativa - cenários complexos de polícia e montagem de armadilhas perto do fim, tudo feito em pouco mais de dez minutos - sugeriam que todo o filme tivesse sido um sonho de Nancy, algo que o final aberto reescrito à pressa impugna. Seja como for, clássico de ontem, de hoje, de amanhã.
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