Auto-retrato surpreendente que muda toda a percepção pública criada ao longo de décadas em torno da figura de Val Kilmer. O actor complexo de método que ama o teatro mas que não conseguiu fugir nem aos blockbusters - do icónico Iceman em "
Top Gun" ao literalmente desconfortável "
Batman" de Schumacher - nem aos incontáveis filmes de baixo orçamento que lhe permitiram pagar as contas entre divórcios e esquemas imobiliários ruinosos do pai. Narrado pelo filho - como que a voz de um Val Kilmer mais novo, agora que a sua lhe foge depois de um combate debilitante contra um cancro - e esquematizado quase que em formato de videoblog de uma vida, da infância marcada pela morte do irmão mais velho, a imagens de bastidores irresistíveis - dos rabos de Sean Penn e Kevin Bacon às discussões com Frankenheimer nas filmagens da
"Ilha do Dr. Moreau", onde vemos Marlon Brando a ser substituído em quase todas as cenas por um duplo - sem esquecer o quotidiano actual, limitado a nível físico, a sobreviver do passado - presenças e sessões de autógrafos - e de um estúdio de arte aberto aos "sonhadores" do amanhã. Coraçãozinho apertado e o desejo de filmar tudo e mais alguma coisa de agora em diante cá em casa.
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