O que é que tem o aspecto, estilo, universo e feel de "
Game of Thrones" mas não consegue ser "
Game of Thrones" - pelo menos equiparar-se às suas pujantes temporadas iniciais? Isso mesmo, esta prequela parcialmente filmada em Portugal, aguardada com elevadíssima expectativa por quase todos os que acompanharam a saga de George R. R. Martin na década passada. Quando finalmente começou a conquistar o público por volta do quinto episódio, deu um salto temporal que mudou radicalmente o elenco mais jovem, aniquilando ligações e empatias que estavam pouco a pouco a ser formadas pelo espectador. Para os que ficaram, orçamento e foco total da equipa de maquilhagem para o "rei" Paddy Considine e desleixo incompreensível no envelhecimento para os restantes. Faltou-lhe a complexidade narrativa do passado, as constantes reviravoltas inesperadas e cruéis que apimentaram a vida em Westeros no... futuro. Onde antes havia ansiedade pelo cruzamento dos arcos das mais variadas personagens, agora existe previsibilidade e falta de substância em cada uma delas para justificar um qualquer embate glorioso. Tudo caminha em prol de uma única história, oscilando o ritmo entre o "nada se passa" e o demasiado apressado na altura do confronto. Muitas vezes a navegar na quase total escuridão visual - um problema que se arrasta da última temporada de "GoT", "
House of the Dragon" precisa de começar a preocupar-se rapidamente mais com as suas personagens e conspirações internas do que com a ânsia do público em ter um qualquer desfecho imediato, passando anos em minutos só para lá chegar. Para terminar, Rhaenyra mais nova, quinze a zero à Rhaenyra mais velha.
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