Um dos meus capítulos favoritos da saga, certamente um dos mais subvalorizados entre os "mortais", na despedida de John Glen da cadeira de realizador que ocupou por cinco ocasiões, de Maurice Binder das icónicas introduções - foram catorze no total - e de Timothy Dalton da personagem. Não há aqui o espalhafato narrativo nem as localizações exóticas do passado, num minimalismo de aspecto barato - longe disso, na verdade - que acaba por credibilizar quase tudo o que acontece na tela, seja pela postura finalmente mais séria e sombria de Bond ou pelo enredo cru e realista que o envolve. Uma vingança em nome próprio, com licença para matar suspensa, com duas das mortes mais macabras da saga - a cabeça que explode de Zerbe e a carne picada de um jovem Benicio Del Toro -, humor muito mais negro do que sexista e Robert Davi como um barão de droga paranóico e sadístico, mas palpável. Uma americanização do agente secreto britânico - e do vilão - que enfureceu os adeptos mais clássicos da personagem mas que acabou por trilhar caminho para uma reinvenção que seria feita de Bond décadas mais tarde com Daniel Craig. A mais divertida participação de Q em toda a saga e duas Bond Girl que se invejam entre diálogos pouco esforçados: as lindíssimas Carey Lowell e Talisa Soto. Ski aquático sem skis e a memória de um casamento trágico, no olhar intenso e emocional de Dalton. Sim, eu sou dos poucos que gostava de ter tido o galês mais tempo de smoking. Azar.
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