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Se um tipo antecipa facilmente os dois grandes twists narrativos de um filme, é porque percebe demasiado disto ou porque o filme/livro afinal não é tão inteligente quanto se julga? Pois, não sei, talvez nenhuma das duas. Ou ambas. O que sei é que tenho Verhoeven lá bem em cima no ranking intelectual das considerações, mas quase tudo em "
Elle" que não passa pelas acções sórdidas e retorcidas dos seus protagonistas - com óbvio e especial destaque para a personagem gmilf da Isabelle Huppert - acaba por cair na única escapatória possível dada a ausência de alternativas credíveis cuja atribuição de culpa não tivesse sido previamente forçada. Ainda assim, um respeitável incursão à "
Instinto Fatal" no circuito de veteranos, qual turista holandês que aproveitou umas férias em França para ser tratado como rei - cheque em branco na folha de orçamento e produção à grande e à... francesa, cá está - e reconquistar o respeito desvanecido desde a década de noventa. Próximo para tratar? Freira com maminha à mostra no cartaz. Começa bem.
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