terça-feira, julho 11, 2023

Death Wish (1974)

Bronson apaixonadíssimo de tronco nu nas areias havaianas, doido para agitar o coqueiro mesmo ali na praia. A mulher lá o relembra que são pessoas decentes e vão antes para a strikinight no quarto de hotel. Mal sabiam que seria a última vez. Dia seguinte, regresso a casa, a belíssima Nova Iorque de ponte de Brooklyn e do trânsito infernal, da calma do Central Park e do caos de tudo o resto. Nas notícias, a taxa de crimes que não pára de subir; nos corredores da empresa de arquitectura do Paul Kersey de Bronson, o falatório de que não se pode encher a cidade com mais polícias porque senão os impostos disparam; ao mesmo tempo, na sua casa, esposa e filha são espancadas e violadas por um trio de patifes liderados por um muito jovem - e estreante - Jeff Goldblum, aqui creditado como "Aberração #1". Cena arrojada, visualmente violenta, com a filha de Kersey como veio ao mundo, grafitada no rabo e com a boca cheia de, digamos, Goldblum. O destino de ambas fica por descobrirem, mas como é óbvio o arquitecto liberal de esquerda anti-armas vai acabar por encontrar paz interior apenas transformando-se no seu total oposto ideológico: um vigilante de rua que mata a tiro qualquer bandido que mostre a mais simples intenção de cometer um crime. Porque umas nódoas negras com meias cheias de moedas não se revelou suficiente, por mais que este tivesse sido um método de despachar vilanagem muito mais memorável e divertido. Fica o clássico que inspirou tantos outros, fica a moralidade duvidosa de escrever direito por linhas tortas, fica uma das raras incursões dos sons do lendário Herbie Hancock pelo cinema adentro. Chicago, perdão, Los Angeles, aqui vou eu.

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