É uma estreia tão madura quanto promissora na realização de Celine Song - provavelmente com bastantes detalhes biográficos, ou não fosse ela mesmo uma sul coreana emigrada no Canadá -, mas a verdade é que não é a obra-prima intemporal que o trailer e o imediatismo das reacções lhe pinta. Há talento inegável em vários aspectos cinematográficos, nos enquadramentos cénicos e até na forma aparentemente fluida como três linhas temporais distintas se misturam. Mas é na sua simplicidade de "
what ifs" e decisões que se encontra não só a sua beleza e empatia como a sua maior fragilidade: versões idealizadas de seres humanos sem aparentes falhas ou defeitos - principalmente o marido. Uma narrativa simpática, pouco mais, sobre a infelicidade de duas almas gémeas destinadas a se afastarem durante uma vida à custa de sonhos (emigração) e obrigações profissionais e familiares. Se eu vos disser que o “
Everything Everywhere All at Once” é um filme muito melhor sobre vidas e identidades afectadas pela emigração, sobre o amor e sobre coreanos na A24, ninguém se chateia comigo?
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