
Havia um certo charme único e característico neste Tom Hanks esticadinho do final dos anos oitenta. Contextualizado na época, estava longe do estatuto de sex symbol do Tom Cruise, da coolness de Michael J. Fox, da rebeldia do Patrick Swayze ou da cara laroca do River Phoenix. Entre o nerd e o porreiro, o divertido e o dramático, o Tom Hanks já era o Tom Hanks. Um Dogue de Bordéus cheio de baba que bebe cerveja e come muffins ao pequeno-almoço, o Tom Hanks com problemas sérios com embalagens de fio dental, o eterno polícia do "
Die Hard" como parceiro, uma táctica canina assustadora de prender pescoços, um diálogo/monólogo irresistível num stakeout e uma opção narrativa bem perto do final que talvez se tenha revelado demasiado audaz e arriscada para o "tipo" de filme que o realizador de um dos meus 007 favoritos - o que tem a Teri Hatcher e a Michelle Yeoh como Bond Girls - orquestrou. Eu gostei, mas ninguém vai à frutaria da vila para comprar salame de chocolate. Outra erro crasso: esperar que a malta acreditasse que o Craig T. Nelson era um dos bons da fita.
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