sexta-feira, maio 25, 2007

Rankings CN: Top 10 (2000 - 2006) (II/II)

Têm sido vários os bloggers cinéfilos a deixar o seu top ten de preferências entre 2000 e 2007, ao que decidi juntar-me à caravana e fazer o mesmo. Com uma pequena diferença: não incluo o ano de 2007, que ainda tem muito para dar, sigo as datas de lançamento internacional e arranjei maneira de não repetir realizadores (caso contrário, tanto Eastwood como Aranofsky iriam bisar). Assim sendo: (Continuação)

Quinto Lugar: Little Miss Sunshine (J. Dayton e Valerie Faris, USA, 2006)
Não querendo ser moralista, este “Uma Família à Beira de um Ataque de Nervos” é um filme sobre a importância, a função e o valor da família. Um filme que observa uma família excêntrica e aparentemente improvável, mas que revela ter muito de normal. Integrados na cultura americana do sucesso, sofrendo a pressão do seus próprios insucessos, os Hoover vivem à beira da implosão como família, chocam, discutem, detestam-se, mas acabam por encontrar uns nos outros, o apoio para lidar com a incerteza da vida. Um filme que oscila céleramente entre a comédia e o drama, entre o riso e as lágrimas.

Quarto Lugar: Sweet November (Pat O'Connor, USA, 2001)
Desde que comecei este blogue, que esperei pelo momento certo para escrever esta minha opinião sobre “Sweet November”. As razões foram várias, desde a falta de um consenso comum que o filme provoca, suscitando mais ódios que amores no público em geral, até ao saber que por mais e melhor que escrevesse, nunca iria retratar fielmente o que sinto por esta obra cinematográfica. Porque nenhuma fita além desta – e duvido que apareça mais alguma no futuro – tocou-me tão fundo mas ao mesmo tempo tão gentilmente na minha personalidade. É um filme mediano? Sim. Mas foi até hoje, o único que me fez chorar uma noite inteira. É aquela empatia que não se explica.

Terceiro Lugar: Kill Bill Vol.1 (Quentin Tarantino, USA, 2003)
Citando Manuel Cintra Ferreira do Expresso, "(...) em Kill Bill, tudo forma uma espécie de «pot-pour-ri» de géneros populares, recriados e unidos com mão de mestre (...) Um prazer para todos os que amam o cinema.". Enough said.

Segundo Lugar: 25th Hour (Spike Lee, USA, 2002)
O crime é um facto, o flagrante não deixou margem para dúvidas, a cela é inevitável e a revolta não se disfarça. Brogan está perdido em Nova Iorque tal como Nova Iorque se perdeu nela própria depois da queda das torres gémeas e é a partir do subtil cruzamento entre o homem e a cidade que Spike Lee nos oferece um poema em filme sobre o pós-11 de Setembro, captando nos dois esse misto de raiva e tristeza que é a consciência de uma perda irreparável. Para o Homem condenado como para a cidade de coração partido, o futuro é tão cinzento como o ground zero que se vê do outro lado da janela quando os dois amigos de Brogan se interrogam sobre o que está para vir.

Primeiro Lugar: Requiem for a Dream (Darren Aronofsky, USA, 2000)
Sem moralismos, “Requiem for a Dream” pura e simplesmente mostra o percurso triste, mas real, de várias personagens ligadas, de um modo ou de outro, a um vicío, de uma forma muitas vezes chocante e até mesmo sádica, que nos provoca um nó na garganta. Cada personagem acarreta uma mensagem consigo, mensagem essa que variará consoante os nossos sentidos e vivências. “A Vida Não É Um Sonho” deixa, de uma forma despreocupada, o espectador navegar e simplesmente tomar conhecimento de factos reais, em que à medida que o vício vai ganhando força, o descalabro emocional e fisíco aumenta em cada uma das personagens. Um filme extremamente sensorial, que nos leva ao limite, obrigatório para qualquer amante da vida humana. E porque a excelência não é um acto mas sim um hábito, ainda fomos presenteados recentemente por Aronofsky com um soberbo "The Fountain".

15 comentários:

Anónimo disse...

Isto dos gostos é mesmo assim. Realmente há um ou dois filmes na tua lista que acho extraordinários e outros que nunca me lembraria de meter um top 10 seja do que for. É exemplo disso o Kill Bill, que não é de todo o suprasumo da batata que toda a gente pinta, ou mesmo o Sweet November (devias tar a ressacar do "amor"). Mas lá está, gostos é mesmo assim. Tu não meteste nada de BD, eu meteria como bem sabes!

André disse...

Não sei se iriam para o meu Top 10 pois não me recordo de todos os filmes que vi neste período, mas são todos sem excepção excelentes filmes. Vi hoje, por fim, o Little Miss Sunshine e é sem dúvida um filme brilhante.

Carlos M. Reis disse...

Ricardo, daí ter piada ver os tops de cada um, para perceber até um pouco mais dessa pessoa. Obrigado pelo testemunho :) Um abraço.

André, o melhor de 2006, a meu ver. Um abraço!

Carlos Pereira disse...

Mais uma vez uma lista nada convencional. E não há nada melhor do que isso. Numa perspectiva bastante pessoal, é sempre aprazível observar um Aronofsky num top.

Abraços Knoxville ;)

Bracken disse...

Então e o "Mulholland Drive", e o "Disponível para Amar", o "Amor Cão",o "Caché" (Haneke)... e tantos outro? Bom, é a tua lista pessoal e isto é como nos Óscares: nunca lá estão aqueles por que torcemos mais.
Abraço,
Bracken

Anónimo disse...

"começei"? Deus...

Carlos M. Reis disse...

Carlos, um forte abraço!

Bracken, não sou fã de Lynch, e é por isso que isto é uma lista pessoal. Não ponho os melhores, ponho os que mais gostei :) Um abraço!

Tem toda a razão Piton. Peço desculpa pelo erro infantil. É sem dúvida caso para mencionar Deus... Cumprimentos.

Gonçalo Trindade disse...

Uma lista com alguns belos filmes, sem dúvida. E o mais interessante destas listas é, sem dúvida, ficar a conhecer o gosto pessoal de cada um.

Excelente primeiro lugar (Aronofsky = GÉNIO), apesar de, ainda assim, ter preferido o The Fountain a este Requiem. Mas é complicado comparar estas duas obras... estão em extremos completamente diferentes.

Carlos M. Reis disse...

Eu, tal como disse no prólogo, se repetisse realizadores, tanto The Fountain como Requiem estariam na lista. No entanto, a escolher um, não tenho dúvidas em escolher Requiem. Passados 2 ou 3 anos do seu visionamento, continuo com a banda sonora e mil e uma imagens na cabeça. Brilhante.

Um abraço Gonçalo, obrigado pela visita!

Anónimo disse...

pois eu, escrevendo aqui pela 1a vez deixo os dez melhores filmes desta decada para mim, sem ordem particular: oldboy, kill bill vol 1 e 2, triologia senhor dos aneis, cidade de Deus, ocean´s eleven, 25th hour, sideways, closer, history of violence, the incredibles. abraço luis figueiredo

Carlos M. Reis disse...

São todos excelentes obras, caro Luís. Apenas não vi Sideways, e considero History of Violence algo sobrevalorizado, apesar do seu valor inegável.

Os melhores cumprimentos, obrigado pelo testemunho.

Loot disse...

Requiem for a dream é poderosíssimo também um dos filmes da minha vida.

Carlos M. Reis disse...

O nosso e o de muita gente certamente. Não é fácil de esquecer. Um abraço _loot_!

Nuno Pedro Fernandes disse...

Falta aí o Before Sunset, do Linklater, que para mim não é apenas (junto com o Before Sunrise, de 1995) o melhor filme desta década até agora: é o melhor filme da história!

Abraços Knox, continua o bom trabalho porque eu tou a gostar! ;)

Carlos M. Reis disse...

Só vi o Before Sunrise (que adorei). O Before Sunset ainda aguarda que lhe ponha as mãos em cima!

Um abraço Pneu, obrigado ;)

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