A carreira profissional de Tom Reilly (Braff) está longe de ser aquela que ele tinha imaginado enquanto estudava. A trabalhar como cozinheiro num restaurante nova-iorquino, resta-lhe como satisfação o casamento com uma advogada de sucesso, a sua carinhosa e bela esposa Sofia Kowalski (Peet), que tão perfeita é que nem sequer se importa de ser ela a sustentar a família. No entanto, quando o primeiro filho do casal nasce, Sofia sente a necessidade de ficar em casa e Tom, entretanto despedido do seu restaurante por ter defendido um colega cozinheiro, vê-se obrigado a arranjar uma profissão com melhores perspectivas de futuro. Assim, Tom e Sofia trocam Nova Iorque por Ohio, onde o sogro de Reilly tem um cargo na sua empresa de publicidade reservado para ele. O problema é que tudo o que Tom faz acaba por envergonhar o sogro e Chip (Bateman), o seu novo director mas também um ex-namorado de Sofia com todas as qualificações possíveis e imaginárias, agora numa cadeira de rodas para toda a vida, começa a apostar forte e feio na possibilidade de um reatamento amoroso. E é aqui, nesta luta entre o ex e o actual, que o filme ganha o seu título e foca grande parte dos seus trunfos cómicos. Sem sucesso, no entanto.
Sem sucesso, porque a verdade é que “O Ex” não é mais do que uma comédia medíocre – para não dizer banal. Com um elenco robusto, experiente e versátil, com nomes como Zach Braff, Amanda Peet ou Jason Bateman, mete dó ver tamanha infantilidade narrativa colocar em cheque o talento de uma geração de novos actores que tantas provas já deram em séries televisivas como “Scrubs”, “Studio 60 on the Sunset Strip” ou “Arrested Development”, respectivamente. Mas, como seria de esperar, acabam por ser estes que salvam, dentro do possível, as suas personagens ocas e superficiais, fazendo com que o público se esqueça não só do guião pateta da fita, mas também da falta de exigência do realizador Jesse Peretz para com a sua equipa de guionistas. Não admira pois que três anos passados da estreia internacional de “The Ex” – sim, o filme chega a Portugal com mil dias de atraso, literalmente -, Peretz ainda não tenha dado o salto.
E fica o alerta no que toca a Braff: depois dos elogios e dos louvores de que foi alvo pelo seu desempenho em “Garden State”, o jovem actor norte-americano parece não encontrar a “next big thing” no cinema. E, erro após erro de casting, perde o seu estatuto de revelação e promessa. Por fim, destaque para os breves mas sempre deliciosos minutos de ecrã de Charles Grodin, Mia Farrow, Paul Rudd ou Amy Adams.
1 comentário:
Se a ideia era não entusiasmares ninguém com o filme, conseguiste
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