Andy, o “dono” de Woody, Buzz Lightyear, Rex e tantos outros brinquedos que nos conquistaram pela primeira vez há quinze anos atrás, era a Pixar ainda uma incógnita recém-nascida, acabou o ensino secundário e prepara-se agora para uma nova vida, longe de casa. A arrumar a tralha que iria levar consigo para a faculdade, Andy decide guardar os seus antigos brinquedos, à excepção de Woody, no sótão mas, numa confusão de sacos, todos eles acabam por ir parar ao lixo e, posteriormente, a um infantário, onde julgam que irão ser felizes para sempre, rodeados de crianças que os irão estimar. No entanto, o infantário revela-se um verdadeiro manicómio de crianças tresloucadas e com energia a mais, o que os obriga novamente a engendrar um plano que os tire dali para fora, escapando à máfia de Lotso, um peluche rosa de ar fofo mas mente perversa.
Com realização a solo de Lee Unkrich, o co-realizador de “
Monstros e Companhia”, “
À Procura de Nemo” e do segundo capítulo de “
Toy Story”, “
Toy Story 3” é mais uma aposta ganha – como se previa – do estúdio de John Lasseter e companhia. Com a presença da receita tradicional do estúdio de animação – falo, obviamente, da fórmula “
filmes para crianças dos 7 aos 77” –, “
Toy Story 3” não é, no entanto, nem de perto nem de longe a melhor fita da Pixar, como muitos proclamam por esse mundo fora ou as estatísticas de vários sites da especialidade parecem demonstrar. Não que as personagens tenham perdido a sua força e carisma – muito pelo contrário -, mas falta definitivamente à linha narrativa e ao guião de Michael Arndt (“
Little Miss Sunshine”) poder criativo para construir um desfecho para a trilogia um pouco mais cativante e interessante do que um plano meramente simbólico de despedida e passagem para uma nova fase das suas vidas, tanto para os brinquedos como para Andy. Enquanto animação e fita de aventura, “
Toy Story 3” triunfa, encanta e seduz. Enquanto obra da Pixar, sabe a pouco, ou não estivessem as expectativas muito acima das nuvens, onde “
Up” e o rezingão Carl Fredricksen as colocaram no ano passado.