sexta-feira, outubro 24, 2014

TCN 2014: Nomeados Entrevista



Entrevista a António-Pedro Vasconcelos, por Rui Alves de Sousa, do blogue Espalha Factos

"Eu acho que o grande problema de Portugal (e o Antero de Quental apanhou isso na Conferência do Casino, sobre as Causas da Decadência dos Povos Peninsulares) foi a proeminência da Igreja Católica, sobretudo a partir da Contra-Reforma. E eu não sou anti-clerical, e andei num colégio de jesuítas durante um ano, mas não sou crente. Mas de facto o papel da igreja em Portugal foi devastador. E o país vive deprimido com altos e baixos, principalmente a partir da dinastia de Bragança, com uma monarquia que, de mãos dadas com a igreja, manteve o povo na ignorância."


Entrevista a Carlos Gerbase, por Aníbal Santiago e Roni Nunes, do blogue Rick's Cinema

"O Felipe ficou uma semana na ala dos esquizofrénicos. Ficou lá de manhã a acompanhar as actividades. Eles caminham, jogam à bola, conversam, recebem a medicação, ele ficou a acompanhar esse dia a dia. É então que o Felipe conheceu um sujeito e me disse “eu vi o Dante”. Todos tinham medo desse doente devido a ter partido o braço a uma enfermeira. Em alguns dias em que ficava mais agitado ele ficava preso. O Felipe ficou muito impressionando com esse indivíduo e chegou a falar com ele. Não só conversou sobre a vida dele, como pedia para o Felipe dar autorização para sair devido a pensar que este era um médico."

Entrevista a Ferenc Cakó, por Carlos Miranda, do blogue Cinemaville

"Na animação com areia as ideias devem ser muito boas, sólidas e universais para serem compreendidas com a mesma facilidade por um japonês, um russo, um italiano ou um português. É muito importante que todos possam de igual modo compreender a história. Nunca trabalhei com texto nos meus filmes, portanto nunca existiu a necessidade de tradução. Pensemos em histórias infantis: quanto mais texto existir, menos animação é necessária para se compreender a narrativa e mais fácil se torna transmitir a mensagem. Na ausência de palavra tem de haver mais animação e muito mais movimento para se explicar uma história a uma criança apenas através de imagens."

Entrevista a João Miller Guerra, por Tiago Ramos, do blogue Split Screen

"Posso ser eu que sou um optimista, mas o cinema português tem sido bastante falado e reconhecido internacionalmente. E acho que as pessoas que estão mais próximas sabem o estado em que o cinema português está. A cultura é aquilo que fica, não me parece que seja possível vivermos sem cultura. O cinema faz parte da cultura e não me parece que isso possa ser ignorado durante muito mais tempo. E depois também vai aparecendo tanto sangue novo, gente tão talentosa a fazer coisas e com cada vez menos dinheiro. O único risco que existe nesta nova geração é que quem está só a assistir, pode achar que o cinema se faz com pouco dinheiro."

Entrevista a Luís Diogo, por Nuno Reis, do blogue Antestreia

"Foi um processo muito rápido arranjar estas pessoas todas especialmente tendo em conta que eu tenho outra profissão, tenho de dar aulas todos os dias e tratar de outras coisas, mesmo assim com alguma rapidez consegui pôr o filme a rodar, mesmo com os contratempos todos: o técnico de som desaparecer, o director de fotografia desaparecer a um mês da rodagem, sempre a arranjar substitutos à última da hora. Porque eu estipulei logo prazos e para serem cumpridos. às vezes perguntavam “achas que já tens os actores todos?” e eu dizia “Tenho os que tenho. O prazo para encontrar actores era esta data, se eu começo a adiar isto, a certa altura adio tudo!”"


Entrevista a Pedro Pinho, por Daniela Guerra, do blogue Cinemaville

"Claro que nenhum filme poderá ser feito no contexto português a pensar que os bilhetes das salas vão cobrir as suas despesas. Simplesmente não há numero de espectadores suficiente, por isso de que lógica de mercado é que estamos a falar? Enquanto não forem inventadas novas formas de disfrutar da experiência do cinema, novos modelos de distribuição e exibição, pontes com outros países que falem a mesma língua e que possam fazer circular as várias cinematografias, é impossível pensar em alguma autonomia do cinema em relação aos financiamentos estatais."


Entrevista a Samuel Hadida, por Nuno Reis, do blogue Antestreia.

"Não nos podemos colocar numa posição de fazer o filme mais incrível possível. Encontramos uma história que queiramos contar, e depois procuramos os ingredientes. É como cozinhar. Se não tivermos fome, não vamos fazer um porco de 150 quilos. É demasiado. Basta fazer uma tortilla. Depende. Sinto que cada vez mais o extravagante é fazível."


Entrevista a Vittorio Storaro, por Rui Alves de Sousa, do blogue Espalha Factos

"Eu não pensei em decadência psicológica. O meu objetivo era reescrever a história de uma pessoa que faz uma viagem interior, através da sua memória, e que começa a diferenciar etapas, com os vários momentos, as emoções e os sentimentos que fazem a sua própria história de vida. E portanto, nesse sentido, as diferentes cores que usei acompanham esses momentos, essas emoções e esses sentimentos. "

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