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Blackhat: Ameaça na Rede" é o mais insípido, sensaborão e aborrecido filme do currículo de Michael Mann enquanto realizador - e, ao proferir tal afirmação, não me estou a esquecer de capítulos duvidosos na sua filmografia com nazis e demónios à mistura no início dos anos oitenta -, um verdadeiro desperdício de talento técnico e meios ímpares em prol de uma história trivial, com um elenco competente mas pouco ou nada cativante. Ao nível do tratamento da imagem, Mann continua irrepreensível: cada plano, no ar, no mar ou em terra, de dia ou de noite, é um tratado à sétima arte; a nível narrativo, a tecnologia rouba ao classicismo dos policiais que o norte-americano nos habituou todo o seu encanto habitual. Pouco suspense, ritmo quase nulo, nenhuma ansiedade pelo que vai acontecer ao anti-herói que Mann tanto gosta. Tudo anti-convencional num produto mainstream, o que certamente ditou a euforia da nossa crítica jornaleira mas um gigantesco falhanço na bilheteira nacional e mundial - 70 M€ de budget, 17 M€ de retorno. Pólvora seca que, esperamos, não atire o homem que uma vez disse que o "
segredo mais bem guardado de Don Johnson é que ele é um actor fantástico" para o abismo.
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