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Intriga Internacional" começa por ser um caso clássico de espionagem ligado a uma confusão de identidades. Cary Grant é raptado na presunção de ser Kaplan, um agente fictício criado pelo FBI para confundir Vandamm, um criminoso apaixonado pela belíssima Eve - a quase centenária Eva Marie Saint, que ainda está aí para as curvas -, ela sim uma agente infiltrada com a missão de encontrar o meio com que o vilão descobre tantos segredos de estado, um verdadeiro MacGuffin revelado apenas perto do fim. Tudo o que se segue é uma rápida e cativante perseguição por alguns dos mais icónicos cenários norte-americanos, de Nova Iorque ao Monte Rushmore, com o charme inimitável de Grant e a astúcia narrativa de Hitchcock, naquele que é um dos thrillers mais bem humorados da sua vastíssima carreira. Sem qualquer pudor da desenvergonhada tensão sexual presente no constante jogo duplo, de incertezas, entre Eva e Grant, Hitchcock aproveita ainda a embalagem de claramente se ter divertido à grande neste projecto para criar algumas das sequências de acção mais memoráveis da década de cinquenta, com especial destaque para o choque da avioneta e o duelo final nas cabeças esculpidas de Washington, Jefferson, Roosevelt e Lincoln.
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