Belíssimo filme de ténis, um desporto - como tantos outros, é verdade - raramente bem tratado dentro do court na tela. Entre Novembro de 1978 e Abril de 1981, Borg e McEnroe defrontaram-se catorze vezes: sete vitórias para cada lado. Uma das rivalidades mais antagónicas na história da modalidade - a calma, educação e frieza do sueco contrastavam ao máximo com o temperamento explosivo e rude do norte-americano - que teve o seu momento mais alto na final de Wimbledon de 1980, onde Borg procurava ser o primeiro tenista da história a conseguir ganhar por cinco vezes consecutivas o mais conceituado torneio do planeta. Considerado por muitos um dos melhores jogos de sempre, com McEnroe a salvar cinco pontos de torneio num tiebreak (sete no total da partida) de quarto set que acabou 18-16 para o Superbrat, é nesse jogo específico, na sua preparação e no seu aftermath, que o dinamarquês Janus Metz foca a narrativa. Cinematografia, sonoplastia e interpretações irrepreensíveis - principalmente de Sverrir Gudnason -, num retrato imperdível do sueco que mostra que afinal de contas o Gelo também fervia. Muito mais ficou por contar - Borg deixou de jogar Grand Slams aos 24 anos e mesmo nunca tendo jogado o Australian Open em adulto, é ainda hoje o sexto tenista com mais Slams da história (11) -, mas tudo somado, mais do que suficiente para encher a alma a um tenista de sofá como eu.
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