Muitos a consideram uma comédia de guerra de sexos por excelência. Não sei se estou de acordo - nunca vi na sua loucura e irreverência o peso desse duelo nessa perspectiva, mas posso ter metido os óculos errados neste dia -, mas sei bem o que ficou provado aqui para a eternidade: a demonstração do impecável timing cómico de Cary Grant e a prova do dinamismo e do ecletismo de Howard Hawks, capaz de gerir com sucesso os diferentes desafios de cada género. Ritmo frenético, diálogos sobrepostos, insultos sarcásticos, pequenas reviravoltas, no fundo, uma comédia screwball disfarçada pela velocidade alucinante a que se desenrola. Tão alucinante que por vezes nos perde no meio dos amores e desamores das personagens de Grant e Russell e das suas críticas encapotadas à ética no jornalismo, tão pertinentes então como agora. Zero nomeações aos óscares, não me perguntem como nem porquê, porque Tudo o Vento Levou.
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