Brando quase como personificação de Kazan, com o realizador a tentar justificar o seu papel de "chibo" na limpeza comunista do início dos anos cinquenta nos EUA. Uma luta entre princípios e regalias, decisões difíceis no meio de uma batalha entre a consciência e a segurança, entre o moralmente correcto e o individualmente sensato. Brando no arranque de carreira, já com vários problemas pessoais relacionados com a morte da mãe, a conquistar na altura a estatueta da Academia para melhor actor mais jovem de sempre. No meio das suas valências - principalmente nas interpretações, com destaque também mais do que merecido para a estreante Eva Marie Saint -, o sucesso de "
Há Lodo no Cais" - tradução muito feliz e interessante - acaba ainda assim por justificar-se muito mais pela jogada política de propaganda republicana e nacionalista do que propriamente pelo seu valor intrínseco enquanto filme. "
I coulda been a contender".
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